A Câmara do Rio reuniu, em 06 de outubro, representantes do Poder Público, de universidades, da sociedade civil, de entidades ligadas a esportes e de associações dos moradores para debater os efeitos de eventos como ressacas ou mar forte na orla da cidade, que causam destruição dos calçadões e dos quiosques do litoral. Entre as possíveis soluções para a questão está a criação de recifes artificiais, proposta da Lei Municipal 7.066/2021 de iniciativa do Vereador Carlo Caiado, com coautoria de outros parlamentares.
Durante a reunião, foi exibido um levantamento de problemas em diversos pontos dos calçadões da orla da cidade. Carlo Caiado apontou a necessidade da realização imediata de obras emergenciais para solucionar os problemas verificados em localidades como na Praia da Macumba, no Posto 3, na Barra da Tijuca, em frente ao G-Mar, e nos postos 7 e 8, também na Barra da Tijuca.
Caiado ressaltou a importância da criação dos recifes artificiais. “Sem dúvida alguma, se for estabelecido em alguns pontos da cidade, o recife artificial é uma modalidade que une tudo o que nós queremos: a questão ambiental, o problema sobre a erosão, e também o turismo da cidade, não só pelos esportes, mas também pela possibilidade de as pessoas levarem seus filhos às praias de forma tranquila”, defendeu o parlamentar.
Sobre os recifes, existem no mundo seis experiências já implementadas na Austrália, na Inglaterra, na Nova Zelândia e na Índia. Projetos estão sendo avaliados em Portugal, na Barra de Maricá e no Balneário de Camboriú, estes dois últimos no Brasil.
Danos aos quiosques
O presidente da Orla Rio, responsável pelo comércio nos calçadões, João Marcello Barreto, sinalizou os problemas enfrentados pelos quiosques no ano passado, em especial na Barra da Tijuca. “Foram 10 ressacas durante a pandemia, e hoje temos 10 quiosques com as atividades suspensas, com operadores sem trabalho há um ano e sete meses”. Barreto pleiteou a realização de obras emergenciais para o atendimento do carioca e dos turistas no próximo verão.
O professor da Coppe-UFRJ, Paulo Cesar Rosman, revelou que enviou, no início deste ano, um documento à Prefeitura do Rio, detalhando a orla da cidade do Rio e indicando, em cada trecho do litoral, as vulnerabilidades. “A cidade tem uma vocação costeira extraordinária e o potencial ainda está aquém do que poderia ser atingido. A solução é trabalhar com a natureza, para que as soluções possam ser ótimas para a população e para o meio ambiente”.