Em indicação ao Governador do Estado, o Deputado Estadual Carlo Caiado solicitou a atualização dos estudos por parte da Secretaria de Estado de Transportes (SETRANS) visando a implantação da extensão do ramal de Santa Cruz dos trens metropolitanos do Estado do Rio de Janeiro (rede da Supervia), desde a Estação de Santa Cruz, no Município do Rio de Janeiro, até a Estação do Município de Itaguaí.
Caiado argumentou no documento que a proposta visa a atualização por parte da Secretaria de Estado de Transportes, do projeto de extensão do chamado Ramal de Santa Cruz, até o Município vizinho de Itaguaí, ampliando dessa forma a integração da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) por meio do sistema ferroviário do Estado do Rio de Janeiro.
O Deputado Caiado explicou, na Indicação enviada ao Governo, um pouco do projeto de extensão do chamado Ramal de Santa Cruz, até o Município vizinho de Itaguaí:
- Histórico
O ramal de Angra, posteriormente chamado de ramal de Mangaratiba, foi uma extensão da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) inaugurado em 1878, partindo da estação de Sapopemba (Deodoro) até o distante subúrbio de Santa Cruz. Somente foi prolongado em 1911 até Itaguaí, e em 1914 chegou a Mangaratiba. Transportou passageiros em toda a sua extensão até por volta de 1982, quando foi desativado.
Em 30/06/1983, o trecho original entre Santa Cruz e Brisamar (em Itaguaí) foi erradicado (ou seja, tiveram os trilhos e dormentes retirados pela antiga Rede Ferroviária Federal – RFFSA) e os trenspassaram a circular somente entre Deodoro e Santa Cruz, de onde voltavam. Atualmente o trecho entre Santa Cruz e Brisamar (em Itaguaí) está abandonado e o restante, Brisamar – Porto de Mangaratiba é utilizado pelos trens de minério apenas.
- 2- A estação de Itaguaí
A estação de Itaguaí, que mostramos em fotos anexas, foi inaugurada em 1910. Em 1960, o ramal já era praticamente usado somente para transporte de passageiros. “Toda a produção da região (de Itaguaí) destina-se ao grande mercado consumidor, que é o Rio de Janeiro. Apesar de essa área ser servida pelos trens do ramal de Mangaratiba da EFCB, que ligam a sede-distrito de Itaguaí ao Rio, com uma média de de três viagens por dia (ida e volta)” (Delnida Martinez Alonso, RBG, julho-setembro de 1960, p. 421). A partir de 1982, quando foram suspensos os trens de passageiros para além da estação de Santa Cruz, a linha naquele trecho, entre essa estação e Brisamar, foi abandonada.
- Os estudos e projetos
Em 1996, durante a privatização do sistema Flumitrens, constava no contrato que a Supervia, empresa que opera o sistema de trens metropolitanos do Estado do Rio de Janeiro, seria responsável pela reativação desta linha, porém esta reativação nunca ocorreu. Em 2007, a Central Logística, empresa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, anunciou o interesse na reativação das linhas de Barrinha e Itaguaí. Na mesma época a SuperVia também anunciou a construção e a reinauguração da linha até 2015, mas nada foi feito.
Nessa época, a Supervia chegou a apresentar um estudo prévio com 11 Km de extensão entre Santa Cruz e Itaguaí, com 4 novas estações no sistema, e a reforma da estação de Santa Cruz. Seriam elas: SCZ – Santa Cruz JOA – João XXIII SFO – São Fernando DIL – Distrito Industrial, e IGI – Itaguaí.
- Conclusão
Assim, com esta Indicação, Caiado acredita que pode o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Transportes, atualizar os estudos visando a implantação da extensão do ramal de Santa Cruz dos trens metropolitanos do Estado do Rio de Janeiro, desde a Estação de Santa Cruz, no Município do Rio de Janeiro, até a Estação do Município de Itaguaí, num total de 11 novos Km ao sistema, inclusa a construção de 4 novas estações (João XXIII, São Fernando, Distrito Industrial e Itaguaí), além da reforma da estação de Santa Cruz.
Hoje, pelo fato de que a Estação de trem de Santa Cruz desempenhar importante papel de integração intermodal, entre o sistema de trens metropolitanos e o sistema BRT (Bus Rapid Transit), deve a Secretaria de Estado de Transportes estudar a possibilidade de se “enterrar” a estação de trem de Santa Cruz (que alguns chamam de metropolização), em processo semelhante ao que se executou na estação da linha 4 do metrô do Jardim Oceânico, que é enterrada no subterrâneo da Barra da Tijuca, e tem sobre ela uma estação para o modal BRT.
A extensão da linha de trem de Santa Cruz à Itaguaí deve contemplar a construção de via dupla independente (para os trens poderem trafegar em ambos os sentidos), rede área elétrica e muros para isolamento da linha do público, além da construção de passagens de níveis quando necessárias. Na imagem de satélite da estação de Santa Cruz, em verde está a linha existente, e em vermelho a extensão da linha proposta.
Dessa forma, o que se propõe é que estes estudos incluam a possibilidade de “enterramento” da estação de trem de Santa Cruz no subterrâneo do bairro, inclusas as rampas de declive antes da estação (sentido Central) e de aclive após a estação (sentido Itaguaí), transferindo para a área da superfície (sobre a futura estação enterrada), as duas estações do sistema BRT, hoje posicionadas na Rua Felipe Cardoso, no centro do bairro de Santa Cruz, proporcionando melhoria na integração trem x BRT (como ocorre no Jardim Oceânico na integração metrô x BRT), além da medida poder proporcionar, a reboque, a reurbanização da área central de Santa Cruz, inclusa a área sobre a estação de trem de Santa Cruz e a área da Rua Felipe Cardoso, melhorando todo o bairro de Santa Cruz.