O vereador Carlo Caiado encaminhou ofício ao Ministério Público Estadual pedindo que sejam tomadas as providências jurídicas necessárias que impeçam a Concessionária do Metrô do Rio de Janeiro de construir uma via em elevado, unindo a Linha 1, na altura da estação Central, à linha 2, na altura da estação São Cristóvão (denominada linha 1A), a partir de março próximo. Caiado critica a intenção da Concessionária em desativar a estação Estácio da Linha 2 e construir um viaduto provisório de 2 km.
O parlamentar se baseou no relatório enviado pelo especialista em engenharia de transportes e ex-secretário estadual de Transportes, responsável pela implantação do metrô do Rio, Fernando MacDowell, contrário às novas medidas.
Caiado afirma que a proposta, embasada pelo governo do Estado, é irresponsável:
– Essa ação compromete a expansão natural e projetada do trecho da Linha 2 até a estação do Estácio, que custou aos cofres públicos R$ 300 milhões; abandona o trecho em operação na Linha 2 de 1,5km (entre as estações Estácio e São Cristóvão), onde foram investidos R$ 400 milhões, e deixa de lado a obra executada na Estação Carioca que garante a construção da expansão da Linha 2, que oneraram o Erário em outros R$ 300 milhões. O governo do Estado, com isso, joga fora R$ 1,1 bilhão, substituindo as obras executadas por um viaduto provisório de 2km. É um absurdo.
O ex-secretário de Transportes afirma que o transporte metroviário entre as estações Pavuna e Central terá uma piora significativa para o usuário da Linha 2. Ele afirma que o plano de transportar 1 milhão de passageiros por dia prejudicará a saúde dos usuários já que haverá taxas impróprias de ocupação de passageiros em pé por m² no interior dos trens do metrô:
– Com 4 passageiros por m², o tempo máximo de permanência do usuário sem que a saúde dele seja afetada não deve ser superior a 20 min, mas com 6 pass/m² não deve ser superior a 2 min. Acontece que a taxa de pass/m² na Linha 2, sentido Pavuna-Central (das 7 às 8h) chega a 6,78 pass/m2.
MacDowell acrescenta que, com o plano da Concessionária, não serão admitidas novas linhas de Metrô como a Linha 6 (Cebolão a Irajá) e a Linha 4 (Morro de São João à Barra da Tijuca) e conclui: “A pressão popular usuária, juntamente com o MP, pode decidir o término dessa solução provisória e exigir a construção do trecho original de expansão da Linha 2, ligando Estácio – Carioca e Praça XV.