Nesta quarta-feira (06), a Câmara do Rio abriu as portas do Palácio Pedro Ernesto para o primeiro dia do seminário “O Rio do Futuro”, realizado pela Editora Globo. O evento, que também vai acontecer nos dias 13 e 14 de dezembro, conta com a presença de especialistas, lideranças da sociedade civil e parlamentares para discutir os caminhos para o desenvolvimento sustentável do Rio e o trabalho realizado pelo legislativo municipal nos últimos anos. Serão tratados assuntos como sustentabilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia e participação popular.
Sediado no Salão Nobre da Casa, o tema do primeiro dia foi “O Rio que queremos: Urbanismo e revitalização”, tendo como foco questões que impactam diretamente o cotidiano do cidadão carioca. Ao todo, o debate contou com quatro mesas, divididas entre os turnos da manhã e da tarde.
O primeiro encontro do dia teve como mote o papel do público e do privado na recuperação da cidade. “Queremos entender de que forma a iniciativa privada pode e deve colaborar com a revitalização do município”, explicou o jornalista Ascanio Seleme, mediador do debate. “Não há local mais adequado para discutir o futuro da cidade do que esta Casa, que é a expressão máxima da representação dos cidadãos”, completou.
Questionada sobre como o setor público pode colaborar com as empresas para impulsionar o crescimento econômico da cidade, a economista Eduarda La Rocque explicou que o caminho é a construção de um grande pacto fluminense baseado em segurança jurídica. “Esse é o grande desafio para revitalizarmos o Rio e garantirmos um ambiente seguro para todos. A cooperação deve ir além do público e privado, contando também com a participação de toda a sociedade civil para resgatarmos a segurança da cidade, que não deve ser apenas pública, mas também jurídica”, pontuou.
O presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado (PSD), enfatizou a importância da confiança mútua para se atingir a segurança jurídica. “Foi isso o que procuramos fazer nesta Casa, com a aprovação de projetos como o Reviver Centro 1 e 2, a revitalização da Avenida Brasil, incentivos fiscais e tributários para que o poder privado invista em nossa cidade, entre outros. O foco é a busca constante de meios para a capital atrair o empreendedorismo. E, nesse sentido, a desburocratização é uma aliada para se avançar cada vez mais”, declarou o parlamentar.
Gladstone Santos, presidente da Rio Indústria, afirmou que existem diversas oportunidades de colaboração entre os setores público e privado para o desenvolvimento do Rio. De acordo com o empresário, as principais possibilidades são voltadas para infraestrutura, com concessões públicas; desburocratização e desenvolvimento sustentável. “As empresas estão interessadas nessas parcerias, e acho que essa é uma forma de aliviar o peso do Estado”, ressaltou.
Também presente na mesa, o arquiteto e urbanista Miguel Pinto Guimarães falou sobre a necessidade de um modelo de negócios diretamente ligado à responsabilidade social e ambiental. “Temos a falta de ética na relação das empresas privadas e na esfera pública. Hoje a sustentabilidade virou uma palavra banalizada, e nós precisamos abraçar essa agenda efetivamente, pois temos a desigualdade social como a maior mazela do meio urbano. O Terceiro Setor, com ONGs, fundações e institutos, é fundamental para trabalhar essa questão por meio do urbanismo, mediando e contribuindo para a relação dos setores públicos e privados”, afirmou.