“Espero que possam sair daqui futuros vereadores, deputados, governadores, prefeitos, presidentes e importantes agentes públicos que vão transformar a vida da nossa cidade”. Assim finalizou o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlo Caiado, a cerimônia de posse dos 51 vereadores da Câmara Juvenil do Rio de Janeiro, realizada no dia 02 deste mês, no Palácio Pedro Ernesto.
Os novos parlamentares são alunos do 4º ao 9º ano das escolas da rede municipal, estudantes que já haviam sido eleitos para os grêmios estudantis e Conselho Escola Comunidade nas suas respectivas unidades de ensino, e terão mandato mandato de um ano na Câmara, representando, proporcionalmente, todas as Coordenadorias Regionais de Educação da cidade.
Instituída pela Resolução 1577/2022, a Câmara Juvenil é fruto de uma parceria do parlamento carioca com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para promover uma aproximação da sociedade com o Poder Legislativo, “de forma a levar os estudantes a conhecer as atividades legislativas e aprofundar a reflexão sobre a importância da democracia”, explica Caiado, autor da proposição.
“Desde pequeno sempre quis ser político. Por isso, a minha expectativa é muito animadora. Hoje sou presidente do Grêmio da minha escola e fui eleito para representar os meus amigos. Essa vai ser uma experiência ótima. Hoje estou realizando o meu sonho”, ressalta Miguel de Almeida Thorpe, 12 anos, aluno da Escola Presidente Médice, em Bangu.
Cansada de conviver com piadas racistas, Siane Iasmim Santiago Albuquerque, de 12 anos, aluna da Escola Estácio de Sá, na Urca, diz estar se sentindo muito especial e confiante para desenvolver projetos que trabalhem o respeito a todas as pessoas, independentemente de cor, credo e raça. “Sinto-me honrada por ter tido o reconhecimento dos meus amigos e ter sido encorajada a disputar ser eleita presidente do Grêmio da minha escola. Sou filha de pai negro e não consigo aceitar qualquer preconceito. Somos todos iguais, por isso pretendo combater a discriminação e lutar pelo respeito e reconhecimento dos idosos”, diz. Já Leandro Bernardino Machado Guedes, 17 anos, aluno da Escola Emilinha Borba, em Sepetiba, revelou que seu objetivo como vereador é tirar as pessoas da rua, “construindo abrigos para que eles possam se refazer e reconstruir suas vidas”, disse.
Para o Prof. Célio Lupparelli, a ideia de trazer o aluno para conhecer a vida parlamentar tem um potencial transformador. “Esses alunos já fazem parte de grêmios estudantis e do Conselho Escola Comunidade. Ou seja, eles já são lideranças. Com a Câmara Juvenil, esses jovens terão a chance de conhecer melhor como funciona o processo legislativo, de forma que eles possam aproveitar para trazer para a Casa de Leis as demandas da realidade onde vivem”, explicou. “Estamos despertando a cidadania não só por dar a conhecer a atividade parlamentar, mas por despertar a empatia nesses meninos e meninas para que possam resolver os problemas da própria comunidade onde vivem”, destacou Lupparelli.
O subsecretário de articulação e integração da Secretaria Municipal de Ensino (SME), Hugo Nepomuceno, enfatizou a importância de participar de uma iniciativa como essa na vida dos estudantes. “Esse projeto é fantástico. Ficamos entusiasmados desde que chegou essa proposta da Câmara às nossas mãos. Nossa intenção é trabalhar a cidadania, a liderança dos nossos estudantes, a representatividade e potencializar o trabalho que eles já desenvolvem em suas comunidades. Eu mesmo, quando tinha 15 anos, fiz parte do Parlamento Juvenil da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e isso mudou a minha vida. Com um novo olhar sobre a cidade, sobre a busca de soluções e da forma como podemos atuar na sociedade, hoje sou subsecretário municipal, e devo à essa experiência essa oportunidade”, revelou.